Cada um no seu quadrado

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Um dos segredos mais especiais para um divórcio pacífico e sem grande prejuízo para os filhos, está no título desse funk carioca: Cada um no seu quadrado. Esse título tão simples sugere para essa questão apenas que faz-se necessário que cada membro da família esteja muito bem inteirado de qual seja o seu papel dentro daquela instituição.

Quando um matrimônio se inicia, na maioria das vezes, vem recheado de sonhos, planejamentos e objetivos. Logo vem os filhos para completar essa união que, à priori, desejava-se ser indissolúvel. Junto com esses filhos vem também várias expectativas e a grande responsabilidade de serem pai e mãe, na certeza do quão dependente eles são e da primordial função de educadores e cuidadores.

Acontece que, quando há a separação, é difícil para muitos separarem os papéis de pai e mãe com os papéis de marido e mulher. Ou seja, há uma confusão na interface da conjugalidade e da parentalidade. O casal se separa e esquece que os filhos continuam precisando do apoio, cuidado, atenção e amor de sempre.

Nesse emaranhado confuso, as crianças saem no prejuízo e ficam no campo de batalha entre seus pais, muitas vezes se sentindo na obrigação de defender um lado ou outro, quando não se colocam no lugar do pai e da mãe, o que também é muito comum acontecer. Outras vezes são usados como armas na briga do casal, que têm um desejo inconsciente que os motiva a tal situação.

Pois bem! Daí o segredo do “Cada um no seu quadrado”. É preciso entender de uma vez por todas que homem e mulher não precisam estar para sempre juntos, podendo procurar outros parceiros para sua satisfação pessoal. Porém o papel do pai e da mãe nunca será desfeito e, portanto, por mais que os homem e a mulher procurem outros caminhos para suas vidas, os filhos serão sempre seus filhos e farão parte desse sistema de nova configuração. Portanto, não é excludente as responsabilidades como pais e como mães, assim como os vínculos de amor e afeto devem continuar presentes.

Gosto da imagem do copo de café e o copo de leite. Cada um no seu recipiente enquanto homem e mulher. Quando se tem filhos, surge um novo recipiente que será o café com leite, onde não mais será possível uma separação. Por mais que os copos de café e de leite se encontrem vazios, prontos para serem preenchidos novamente, há um ou mais copos que estão preenchidos desse pai e dessa mãe, material de cunho indissolúvel.

É preciso olhar para essa questão com com máxima atenção, para que seja menos doloroso para toda a família num processo de separação. É preciso que cada um esteja de fato dentro do seu quadrado, reconhecendo seus papéis e assumindo posturas diante das escolhas feitas no passado. Essa é, sem dúvida, a escolha mais certa e trará a leveza e sabedoria necessárias para o momento do divórcio.

Por Taiza Renata

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