O Papel do Mediador em Conflitos Familiares
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A
todo momento aparecem conflitos em nossas vidas, seja no campo profissional,
pessoal, social ou familiar. Apesar da palavra parecer estar recheada de
negatividade, o conflito pode ser visto como uma oportunidade de oferecer
aprendizados e crescimento, onde quer que ele surja.
Uma
das vertentes de atuação do psicólogo dentro da Psicologia Jurídica é trabalhar
com os conflitos que aparecem no âmbito familiar, no intuito de trazer o lado
positivo do conflito e evitar prejuízos maiores às partes envolvidas. A
mediação de conflitos trata-se, portanto, de um método de prevenção e solução
consensual na família em casos de separação e divórcio.
Antes
de tudo, é preciso perceber quais aspectos psicológicos estão por trás do
conflito que as partes expõem, o que torna a prática do psicólogo indispensável
nesse tipo de resolução. Um bom profissional saberá facilitar a comunicação
entre os membros da família, no sentido de buscar a melhor solução para todos,
principalmente ao que se refere à preservação dos direitos das crianças e
adolescentes.
Num
processo de separação, muitas vezes o casal não consegue manter uma boa
comunicação, sendo necessária a intervenção de uma terceria pessoa, externa à
situação e que tenha um repertório vasto de habilidades, técnicas e
conhecimentos específicos que possa lidar com as questões emocionais do ser
humano, entendendo suas relações.
Há
de ser um trabalho cuidadoso, pois envolve a complexidade e importância dos
objetos de disputa, ou seja, filhos, bens de família, subsistência e valores
pessoais. Para que se tenha uma comunicação efetiva, o mediador precisa ter
habilidades de refletir, clarificar, interpretar e resumir. Isso fará com que
as partes se entendam e compreendam o contexto que, anteriormente, poderiam
apresentar-se embaçados ou obscuros.
Não
é papel do mediador chegar a conclusões sobre como resolver o caso. Caberá a
ele apenas manter-se aberto a ouvir e que, através desta escuta ativa, possa
identificar as emoções presentes nas partes em determinado conflito. O
psicólogo precisa também estar atento aos fatos reais que motivam o conflito,
utilizando-se da percepção para captar emoções e intenções insconscientes por
trás das palavras ditas.
Torna-se,
portanto, de grande relevância um psicólogo nesse processo de mediação
familiar, pois só ele tem o conhecimento para decodificar a complexidade da
rede inconsciente dos indivíduos e, através das técnicas utilizadas, pode levar
a um resultado de novas comunhões, estabelecendo um acordo entre as partes.
Sua
conduta de imparcialidade e neutralidade deve estar sempre presente, atuando de
forma ética e singular nesse processo que emana tanta hostilidade. Só o
psicólogo jurídico saberá fazer uma leitura psicológica da subjetividade humana
das partes envolvidas.
A
mediação vai muito além da resolução de conflitos, podendo ser visto como um
agente de transformação social, pois visa minimizar os efeitos de uma ruptura
para a posição parental, o que vem possibilitar a reorganização daquela
família, com outras perspectivas e de restauradas funções. Com ela, os cônjuges
conseguirão compreender que deixarão de ser marido e mulher, mas terão a
convicção de que serão sempre pais de seus filhos, não podendo abrir mão de
seus papéis de responsabilidade sobre eles.
Por Taiza Renata
Por Taiza Renata
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