ENFIM, SÓS! A RELAÇÃO CONJUGAL E SUAS ETAPAS

07:00


Era uma vez uma moça… Era uma vez um rapaz…
Um dia, se encontraram, conversaram e se gostaram. Tempo vai, tempo vem… e eles resolveram comungar uma vida juntos. O casal faz planos, sonha juntos e se compromete com uma relação estável e duradoura. Complementam-se e adaptam-se reciprocamente de modo a constituir um modelo de funcionamento conjugal. É muito provável que esse modelo resulta inicialmente da integração do modelo de conjugalidade construído nas famílias de origem.
Até que chega o momento de se entregar à relação sem ter a sensação de renúncia à individualidade ou às questões familiares. Do mesmo modo, não se deve renunciar às influências que o outro traz à relação. Cada membro vai reconstruir sua realidade individual, que deve estar também correlacionada com as definições do outro. Ou seja, os dois elementos do casal têm que negociar a vivência a dois, o que implica tomar uma série de decisões e posturas no cotidiano comum que, para além de ganhos, também implicam perdas, tudo para uma boa funcionalidade da relação a dois.
Agora, eles são “ex-solteiros” querendo criar uma nova família e um modelo próprio relacional, em que deve haver tempo e espaço para o “eu”, o “tu” e o “nós” e não tanto para os “outros”, que deverão ficar para segundo plano. Aprende-se então a desenvolver limites/fronteiras que protejam o casal da intrusão de outros membros. Assim, o casal aprende a lidar com o stress intra e extra familiar, e suas necessidades psicológicas serão supridas.
O dito popular tem alguns clichês que cabem muito bem numa relação a dois: “não se pode ter 100% de tudo” ou “quando se faz uma escolha, automaticamente você abre mão de alguma coisa”. Quando se resolver ser um casal, algumas atitudes são necessárias para preservar esse relacionamento. São esses padrões de comportamento instalados desde o começo que vão manter a relação ao longo do tempo, permitindo que essa resista à diversas circunstâncias e às mudanças previsíveis e imprevisíveis do ciclo de vida.
A relação conjugal tem três etapas:
– Fusão: refere-se aos dez primeiros anos, fase em que prima-se o equilíbrio entre a rede social, famílias de origem e outros sistemas de influência do casal. Os primeiros três anos são mais adaptativos. Aos sete anos a fusão fica mais definitiva, havendo uma partilha de poder e resolução de conflitos mais estruturada.
– Retorno ao “tu” e ao “eu”: refere-se ao período entre dez e vinte anos, momento marcado pelo crescimento e independência dos filhos, quando há. Esse espaço permite uma análise e reinvestimento na autonomia e individualidade de cada um.
– Empatia: com a saída dos filhos, fase conhecida como “Síndrome do Ninho Vazio”, existe a possibilidade de um voltar à valorização e investimento da relação. É uma fase de reforma, e o receio da própria morte ou do cônjuge assola o casal.
Outro fator importante é a satisfação conjugal. É natural que se faça uma análise pessoal e subjetiva do relacionamento. Pessoal porque cada indivíduo expressa sua opinião em relação a si e ao outro, e o desempenho de ambos na relação. Subjetiva porque cada um tem seus critérios para considerar essa satisfação, pois algo que é satisfação para um, pode ser insatisfação para o outro. Vale ressaltar que o casal pode se sentir com sua relação, ainda que a mesma pareça disfuncional aos olhos de terceiros. Do mesmo modo, uma relação que parece estar muito bem na visão dos outros, pode não estar satisfazendo os envolvidos no relacionamento.
Portanto, depois da frase “Enfim, sós!”, há a entrada de um terceiro, o “nós”, que é acalentado pelo sentimento de amor e completude. Dali por diante, haverá várias fases, muitas mudanças e diversas oportunidades de crescimento para o casal e para a relação a dois que, com amor, dedicação e atitudes vão complementar a vida de cada um, acarretar muitas histórias bonitas para se contar e ser satisfatoriamente feliz.



Taiza Renata

Cofundadora 

Graduada em Psicologia pela PUC GO, co-fundadora da Tau Psicologia. Formação em Break Trough System pela International Body Talk Association, Formação em Técnicas de PNL pelo Instituto Você ADEXH/DF, Formação em Programa de Desenvolvimento do Poder Realizador pela Sociedade Cre Ser Brasil/SP, Formação em Filosofia para Crianças pelo Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças e Centro Mineiro de Educação para o Pensar/MG, ex​- proprietária e fundadora da Aquarela Centro Cultural

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